Um tempo e um espaço para a poesia
Do alto da Tabatinga “Muito já se disse e escreveu acerca do tempo e do vento Histórias oriundas de devaneios mais ao sul Parafraseando e parodiando os poetas, o tempo e o vento não param Como o desabar constante da areia na ampulheta sem fim Do alto da Tabatinga Erguida e solidificada de grão em grão Sinto meus pés plantados ao chão Em terras distantes das minhas, quase equatoriais Vejo de cima de minha humana soberba A pequenina e frágil sapiência Diante da força da vida, da natureza tão singela E da imensidão da alma Do mirante imponente admiro absorto o balanço do mar e das palmeiras O nado sedutor dos golfinhos O voo dos pássaros E de minhas ilusões e sentimentos saudosos Tudo embalado pela brisa incessante Que tudo faz cantar Tanto no brilho ofuscante do sol Quanto no raiar da lua frente aos mistérios da noite O oceano abissal e triunfante invade meus olhos ...